domingo, 15 de setembro de 2013

[Opinião +D] Apelo à inutilidade

Circulam nas rede sociais e noutros meios de comunicação, vários apelos à abstenção. Mais do que isso, agora tenta reunir-se simpatizantes a uma “greve geral ao voto”. Sinceramente, alguém acredita que seja possível tal coisa? Num país onde mesmo um normal apelo à greve geral não consegue gerar consenso acham, sinceramente, que se ia conseguir isso com o voto?
A abstenção tem vindo a crescer, quase continuamente, tendo tido apenas breves e pouco significativas excepções, desde 1976 até 2009. Ano em que teve uma taxa de cerca de 41%. Tal facto serviu para quê? Conduziu-nos para onde? *
A abstenção reflecte o desagrado e o descrédito de que a classe política se reveste actualmente. Muito bem, até aqui concordo. Contudo, a nível prático isto de nada serve. Os grandes partidos continuam a conseguir ganhar eleições. Continuam a conseguir ter maiorias e continuam a construir coligações. A abstenção, em última instância, acaba mesmo por reforçar a partidocracia e o rotativismo vigentes porque não servindo para nada, torna-se inútil.
Entendo o cansaço e decepção das pessoas em relação aos partidos políticos, nomeadamente, em relação aos três grandes partidos que nos tem governado nas últimas décadas: PS, PSD e CDS. Entendo que não queiram votar em “mais do mesmo” e, em relação a tudo isto, o voto na abstenção não muda nada.
Para mim o voto verdadeiramente útil e inovador está nos movimentos novos e independentes porque ao menos assim mudamos de protagonistas, mudamos para novas formas de pensar e mudamos para novas formas de fazer e de governar.
As pessoas, com todo o direito, desconfiam do que é novo e do que não conhecem. Eu entendo. Mas também deviam pensar nisso quando não conhecem um candidato do “seu partido” e em quem votam só porque esse partido manda. Esses também são desconhecidos. A única diferença reside no facto deste se colocar ao serviço do mesmo símbolo partidário do eleitor mas isso, só por si, não o torna um bom candidato, nem um candidato fiável.
Por tudo isto, no dia 29, quando votar, tente fazê-lo em consciência. Tente saber e conhecer os candidatos, as listas e os programas para a sua Junta de Freguesia, para a Assembleia Municipal e para a Câmara Municipal. Torne-se um eleitor e cidadão responsável e interessado em construir a sua própria comunidade. Lute por uma democracia mais ativa e participativa.
Margarida Ladeira (Membro da Coordenação Nacional +D).Este comentário é da exclusiva responsabilidade do seu autor.



Margarida Ladeira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Este comentário é da exclusiva responsabilidade da sua autora

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