quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

[Opinião +D] O caso da deputada bêbeda

Na passada sexta-feira, a deputada socialista Glória Araújo (alguém conhece?) fez 37 anos, foi comemorar, bebeu uns copos a mais e acabou apanhada numa operação stop, a conduzir com excesso de álcool no sangue (2,41 gramas por litro), muito acima do limite a partir do qual esta infracção é qualificada como crime (1,2 g/l). A senhora parlamentar foi então detida pela PSP e presente a tribunal, tendo o juiz confirmado a inibição de condução prevista no Código Penal. Depois disso, a directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, Maria José Morgado, anunciou que «o Ministério Público vai pedir à Assembleia da República o levantamento da imunidade da deputada», adiantando que este procedimento pode demorar semanas. A coisa tem de ser votada na Comissão de Ética e o PS já anunciou que votará a favor do levantamento dessa imunidade parlamentar, para que a senhora deputada Araújo seja julgada pelo crime que cometeu. Acontece que os deputados devem saber que o exemplo vem de cima. Quando erram, o que é humano e pode de facto acontecer a qualquer um, perdem a sua legitimidade política. Devem pedir desculpa e demitir-se de uma função que não souberam exercer condignamente. Ao escusar-se a um pedido de desculpas pelo seu comportamento criminoso e ao esquecer-se de apresentar a renúncia imediata ao seu mandato parlamentar, a senhora Araújo só está a fazer o mesmo que o ministro Relvas – a ver se o tempo atira o caso para o esquecimento. A deputada Araújo é mais uma vergonha do sistema, que quando legislou a imunidade parlamentar não foi com certeza para os casos dos deputados alcoolizados. Se ela não tem vergonha, o PS que a ponha na ordem e lhe exija as duas coisas: um pedido de desculpas e a renúncia ao mandato.

José Diogo Madeira (Coordenação nacional do +D = Democracia em Movimento)

1 comentário:

  1. A Deputada Glória Araújo é de Paços de Ferreira e vive actualmente em Lousada. Apesar de sermos amigos, tenho de reconhecer que de facto as coisas são mesmo assim como diz o José Diogo Madeira. Até pelas funções que desempenha e porque participou em acções da Prevenção Rodoviária, a Deputada não podia ter um deslize desta natureza.
    Neste caso, a ética é muito importante!

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