segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

[Opinião] Incursão francesa no Mali


A forma diferente como os nossos “media” analisam casos análogos nunca deixa de nos surpreender. Vem isto a propósito da incursão francesa no Mali, uma ex-colónia, com o pretexto da iminente tomada da capital do país, Bamako, por militantes islamistas.

Imagine-se, por exemplo, que tinham sido os norte-americanos a aterrar no Mali, como fizeram, nos últimos anos, noutros países, alguns bem próximos deste país africano, com o mesmo pretexto: combater a ameaça islamita. Imaginam as manchetes de jornais e as manifestações de rua que já se teriam multiplicado por todo o país e até por toda a Europa e até por boa parte do mundo?
Agora imaginem se Portugal fizesse o mesmo na Guiné-Bissau – apesar de a ameaça não ser a mesma, a verdade é que a Guiné-Bissau não está melhor de que o Mali. Aí, a ameaça é outra: os narcotraficantes, que tornaram refém todo o Estado da Guiné-Bissau e, por via disso, o próprio povo irmão lusófono guineense.

Não que o Movimento + Democracia defenda uma posição unilateral de Portugal. Mas, a nosso ver, exige-se uma intervenção da Comunidade Internacional, em particular, da Comunidade Lusófona, como, de resto, tem sido reclamado pelo representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta. Mesmo sabendo que, a haver uma intervenção internacional com forças portuguesas, logo os nossos “media” teriam uma posição diferente, falando até, não custa adivinhar, de “neo-colonialismo”. Talvez seja melhor pedir à França...

Renato Epifânio (Coordenação nacional do +D = Democracia em Movimento)

Sem comentários:

Enviar um comentário