quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

[Opinião] Sobre o Chumbo do orçamento de Lisboa para 2013

A Assembleia Municipal de Lisboa chumbou, na última terça-feira, o orçamento da cidade para 2013. Agora, os serviços camarários serão geridos com base no orçamento de 2012, superior em cerca de 200 milhões de euros à proposta agora chumbada. Um pesadelo burocrático de adaptação de um documento já datado, que em nada ajudará à agilização do funcionamento municipal. Mas o problema nem é esse. Poderia ser a incapacidade das forças políticas presentes na Assembleia Municipal de Lisboa em chegarem a um acordo político para que se aprovasse o orçamento (o diferendo foi sobre 30 milhões de um total de 730 milhões de euros orçamentados), a bem do funcionamento da cidade. Mas a questão mais grave é que os orçamentos de Lisboa passam completamente à margem de quem vive e trabalha nesta cidade. Este modelo de poder local, em que de quatro em quatro anos deitamos um papel numa urna, é francamente deficiente. Enquanto moradores, trabalhadores e eleitores neste concelho, gostávamos de ter acesso a mais informação sobre esta e outras importantes decisões da vida da nossa cidade, para estando informados, podermos contribuir com propostas e escolhermos com conhecimento de causa aqueles que nos representam e gerem os destinos de Lisboa. Uma democracia participativa e viva e não uma democracia formal, que apenas garante a repartição de cargos entre os partidos instalados e lhes garante um poder discricionário sobre os destinos da comunidade. Aqui, ambicionamos mais e uma outra forma de fazer política.

José Diogo Madeira (Coordenação nacional do +D = Democracia em Movimento)

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