domingo, 11 de agosto de 2013

[Opinião +D] À mulher de César

No sorteio para determinar a ordem dos candidatos no boletim de voto, não há uma tômbola transparente onde as bolas numeradas saltam ao rodar, acrescentando espetáculo à cerimónia, como acontece nos bingos e nos sorteios da Santa Casa. Nem ilusões de transparência. Ali na sala de audiências, o ato é sóbrio e leve. A assistência retira, duma antiga taça de folha que se adivinha com muito uso, as bolas previamente numeradas em que cada número corresponde à ordem pela qual as candidaturas deram entrada na secretaria do tribunal. Simples, claro, a tempo e horas, presidido e esclarecido de modo a que o cidadão mais a leste das andanças político-jurídicas entenda o que se faz e onde se chega. É uma exceção ao funcionamento habitual das máquinas da justiça e da política. Mas é simbólico. Esta simplicidade e transparência bem que poderia ser exemplar e contagiante até onde fizer sentido usar. Se quisessem, claro!

 

Maria Leonor Vieira (Membro da Coordenação Nacional +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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