O caso que envolve Rui
Manchete, o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros, é bem elucidativo da “podridão
política” a que chegámos – para usarmos uma expressão do próprio.
Num primeiro momento, houve muita gente a saudar o seu ingresso no Governo – finalmente, tínhamos “cabelos brancos”, “respeitabilidade”, etc. Logo, porém, essa aura se desvaneceu por inteiro quando se recordou o seu percurso político e, sobretudo, extra-político (para mais, omitido no seu currículo oficial).
Não é, porém, este caso particular que pretendo aqui denunciar, mas todo um sistema, o chamado “bloco central dos interesses”, que propicia este tipo de situações, sobretudo nos nossos dois principais partidos, que, eleição após eleição, têm assegurado a Governação.
O que nos leva ao seguinte impasse: por um lado, os mais jovens líderes da nossa classe partidária são cada vez piores (basta lembrar a sequência: Durão Barroso > Santana Lopes > José Sócrates > Pedro Passos Coelho > António José Seguro); por outro, os menos jovens (com excepções, como acontece sempre) deixaram-se enredar na “podridão” dos negócios feitos à sombra do Estado. Urge, realmente, uma grande regeneração da nossa classe política.
Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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