sábado, 10 de janeiro de 2015

[Opinião +D] Coisas que nem damos conta!

Aqui há uns tempos virei-me para uma amiga que tem 24 anos e disse: “Aquela malta engoliu uma Cassete! Estão sempre a dizer o mesmo.” A cara de espanto ou até mesmo de incompreensão do que disse era clara. Perguntei-lhe se sabia o que era uma cassete e ela disse que não sabia. Expliquei-lhe e ela disse “Ah! Ok. Então é como isso se chamava?!” A minha pergunta seguinte foi se sabia o que era uma disquete e a resposta foi do género: Não sou assim tão velha para entender o que é isso! 

De facto os anos vão passando, cada vez mais rápido se nota que a informação do passado permanece a um “éter”, que para estas novas cabeças é algo que passa despercebido. Quando eu era miúdo e andava na primária, a professora dizia-nos como é que se tinha chegado ao computador atual (que naquele tempo eram os computadores de processador 368, de secretária, com 500 MB de disco,eu acho), isto em 1992. Explicava que no início o homem escrevia na pedra, depois com papel e pena, etc. Assim não se “morria na ignorância” e entendia-se a evolução da forma de armazenar informação, bem como outras coisas ditas banais do quotidiano.
Sendo sincero faz-me confusão esta nova malta não se perguntar o que é que veio antes, como funcionava e o que é que se levou a abandonar determinado instrumento de trabalho ou armazenamento de informação, ou até mesmo lúdico…Quem é que se lembra dos ZX Spectrum e ZX Spectrum 2? Dizer que estas belas máquinas eram o grito nos anos 80’ e que demoravam 30 minutos (em média) para carregar um jogo, que na maior parte das vezes púnhamos a carregar o jogo e que enquanto esperávamos jogávamos à bola ou às cartas, é para muitos deles um absurdo. Mas para os da geração que os pôde ter era um espetáculo, uma vez que cada indivíduo desses que o tinha era o rei do pátio da escola!
Enfim, penso que a velocidade de avanço da tecnologia é esmagador para as novas gerações e que não dá tempo de se perguntarem o que é que é verdadeiramente bom para eles e o que está mal e aprender com o erro. Isso pode ter consequências catastróficas.


Ricardo Trindade Carvalhosa  (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.



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