
Aqui há uns tempos virei-me
para uma amiga que tem 24 anos e disse: “Aquela
malta engoliu uma Cassete! Estão sempre a dizer o mesmo.” A cara de espanto ou
até mesmo de incompreensão do que disse era clara. Perguntei-lhe se sabia o que
era uma cassete e ela disse que não sabia. Expliquei-lhe e ela disse “Ah! Ok. Então
é como isso se chamava?!” A minha pergunta seguinte foi se sabia o que era uma
disquete e a resposta foi do género: Não sou assim tão velha para entender o
que é isso!

De facto os anos vão passando, cada vez mais rápido se nota
que a informação do passado permanece a um “éter”, que para estas novas cabeças
é algo que passa despercebido. Quando eu era
miúdo e andava na primária, a professora
dizia-nos como é que se tinha chegado ao computador atual (que naquele tempo
eram os computadores de processador 368, de secretária,
com 500 MB de disco,eu acho), isto em 1992.
Explicava que no início o homem escrevia na
pedra, depois com papel e pena, etc. Assim não se “morria na ignorância” e
entendia-se a evolução da forma de armazenar informação, bem como outras coisas
ditas banais do quotidiano.

Sendo sincero faz-me confusão esta nova malta não se
perguntar o que é que veio antes, como funcionava e o que é que se levou a
abandonar determinado instrumento de trabalho ou armazenamento de informação, ou até mesmo lúdico…Quem é que se lembra dos
ZX Spectrum e
ZX Spectrum 2?
Dizer que estas belas máquinas eram o grito nos
anos 80’ e que demoravam 30 minutos (em média)
para carregar um jogo, que na maior parte das vezes púnhamos a carregar o jogo
e que enquanto esperávamos jogávamos à bola ou às cartas, é para muitos deles
um absurdo. Mas para os da geração que os pôde
ter era um espetáculo, uma vez que cada indivíduo
desses que o tinha era o rei do pátio da escola!
Enfim, penso que a velocidade de avanço da tecnologia é esmagador para as novas gerações e que não dá
tempo de se perguntarem o que é que é verdadeiramente bom para eles e o que
está mal e aprender com o erro. Isso pode ter consequências catastróficas.
Ricardo Trindade Carvalhosa (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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