Na última semana, têm vindo a público mais umas notícias que abalam a integridade da classe política em Portugal. As notícias referem por exemplo Luís Filipe Menezes e alguns políticos que ocupam lugares altos da hierarquia em Portugal, como o Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho. Uns recebem dinheiro para privatizarem empresas municipais, outros alegadamente receberam dinheiro de empresas, quando deveriam receber exclusivamente o salário de deputado. A credibilidade da classe política está pelas ruas da amargura e estes exemplos não ajudam nada a melhorar a forma como os Portugueses vêm os políticos. Será que é assim tão difícil ser-se íntegro na política?
Deixo aqui um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen que descobri há poucos dias e que acho que faz todo o sentido neste mundo em que vivemos e que apesar de ter sido escrito em 1962, continua a ser muito atual. Será que nada mudou?
“CIDADE DOS OUTROS
|
Uma terrível atroz imensa
Desonestidade Cobre a cidade Há um murmúrio de combinações Uma telegrafia Sem gestos sem sinais sem fios O mal procura o mal e ambos se entendem Compram e vendem E com um sabor de coisa morta A cidade dos outros Bate à nossa porta
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
In Geografia, 1962 “
Carlos Assunção (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
|
Sem comentários:
Enviar um comentário