sábado, 23 de agosto de 2014

[Opinião +D] Incêndios de Verão

Apesar deste Verão não ser dos mais quentes, nos últimos dias temos ouvido falar sobre fogos florestais. Os incêndios destroem uma das nossas maiores riquezas e representam um prejuízo de largos milhões de euros. 

Os incêndios florestais são das catástrofes mais graves em Portugal, não só pela elevada frequência com que ocorrem e extensão que alcançam, como pelos efeitos destrutivos que causam. Para além dos prejuízos económicos e ambientais, podem constituir uma fonte de perigo para as populações e bens.

 Todos os Verões se renova a vaga de fogos em terrenos florestais e matas no norte e centro do país. As principais causas são: a desertificação dos espaços rurais por progressiva emigração interna e externa da sua população à procura de melhor vida; desaparecimento da agricultura de subsistência, que cortava o mato para fertilizar as terras, criava muito gado em pastoreio nos terrenos e fazia neles a apanha de lenha para cozinhar e fazer pão. Isto deu origem a grande desenvolvimento da vegetação arbustiva nos terrenos que associado a níveis de humidade atmosférica muito baixos, sem chover, em Julho e Agosto, como é frequente nesses meses o que agrava o risco de incêndio.

Por isso as florestas e os matos tornaram-se semelhantes a enorme palheiro, ficando facilmente reduzidos a cinza e carvão, pondo em perigo casas e ceifando vidas dos que os combatem.

Em consequência de errada política florestal, ainda hoje se continua a gastar muito mais dinheiro no combate aos fogos florestais que anualmente eclodem do que na sua prevenção.

A Assembleia da República tem que produzir legislação, além da já existente, que assegure ações de prevenção dos fogos florestais. Se isso for feito os pesados encargos anuais com o combate aos fogos podem ser significativamente reduzidos, deixando de haver grandes perdas económicas anuais por queima de árvores, incêndios de casas e de outras construções e o que é mais importante, da vida dos que combatem os fogos.

Só será possível acabar com esta tragédia com políticas de prevenção sistemática. O Estado tem, além disso, de premiar o desempenho daqueles que mantenham os territórios livres de incêndios. 
Carlos Assunção (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina. 

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