No dia 25 de Janeiro foi
lançado um novo partido (+ Democracia Participativa), que, fazendo jus ao nome,
defende, no essencial, mais e melhor participação de todos nós – desde logo,
através de referendos.
Não sei se terá sucesso, não
sei mesmo se conseguirá as assinaturas necessárias para se formalizar enquanto
partido. Tenho perfeita consciência de que as probabilidades de sucesso não são
muitas. A nossa partidocracia parece bem blindada e não ignora donde vem o
perigo – desde logo, das candidaturas independentes à Assembleia da República,
outra das nossas bandeiras.
Ainda assim, decidi entrar
neste barco. Se todos dizemos que a crise que atravessamos é das mais graves da
nossa história, senão mesmo a mais grave, então importa tentar algo de novo.
Não podemos continuar na lamúria do costume sem, ao mesmo tempo, pugnar pela
mudança necessária.
Uma parte de mim é
irremediavelmente pessimista, mas a outra parte é, em não menor medida,
voluntarista. O próprio conceito de Democracia Participativa provoca-me também
essa ambivalência. Não sou daqueles que consideram que os humanos são
instintivamente bons (muito longe disso), mas acredito que podem ser
persuadidos no bom sentido. Talvez por (de)formação filosófica, acredito mesmo
na força dos argumentos. Por isso, continuo a acreditar na Democracia.
Em Portugal, porém, não
considero que vivamos num regime realmente democrático. Por este, entendo o
regime que seja verdadeiramente a expressão da vontade popular (no respeito
pelas minorias, claro está). A meu ver, a classe político-mediática que nos tem
(des)governado tem estado cada vez menos sintonizada com essa vontade. Daí, não
admira, a repulsa da nossa classe político-mediática pelos referendos. Se estes
acontecessem de forma mais regular, essa dessintonia seria ainda mais gritante.
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