segunda-feira, 24 de março de 2014

Quarenta anos depois… [Opinião +D]


Se, por um lado, o Portugal de hoje é um país mais desenvolvido, temos agora a plena consciência de que o preço desse desenvolvimento foi a quase bancarrota. Muito mais desenvolvidos do que há quarenta anos, temos hoje muito menos autonomia para definir o nosso futuro colectivo. Cada vez mais, estamos à mercê dos nossos credores, a quem só nos resta pedir um perdão parcial da nossa dívida ou, como agora se diz em linguagem mais politicamente correcta, uma “reestruturação”. Quarenta anos depois, convenhamos que o balanço poderia e deveria ser bem mais positivo.

Poderíamos e deveríamos ser hoje um país ainda mais desenvolvido e muito mais forte à escala global, assim não tivéssemos desprezado os laços com os restantes países e regiões do espaço lusófono, o que foi decerto o nosso maior erro geopolítico nas últimas décadas. Ter apostado tudo na integração europeia levou-nos a este beco sem aparente saída, a este impasse, provavelmente o maior impasse da nossa já longa história. O balanço final de Abril dependerá, em última instância, da forma como conseguirmos (ou não) superá-lo. Haja vontade para tanto.





Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

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