sábado, 8 de novembro de 2014

[Opinião +D] Timuro, Timuro dader diak *


Sim é verdade, an kara koíalia tetum*! (sim, algumas palavras!)

Mas não falo, pelos vistos, da mesma forma que a política local prefere, a linguagem da corrupção tomada de assalto pelos seus actores políticos. Poucos sabem mas sou filho de um português nascido em Dili, que sempre se considerou timorense e todas essas causas e relações  me tocam como uma herança pesada e com um olhar fraterno por este País.

Mas mesmo apesar desse olhar fraterno não posso aceitar que Xanana Gusmão não queira apurar os factos para punir, caso seja necessário, os culpados de corrupção deliberada. Desde cedo que Timor é um Estado envolto em polémicas, pairando na surdina o poder petrolífero na então miragem de extracção deste recurso energético que recentemente se tornou uma realidade. Isto, é claro, sem esquecer a troca recente de acusações do primeiro ministro timorense em relação a magistrados portugueses de negligência e erros judiciais que lesaram Timor e a contra acusação na SIC dos juízes portugueses que declararam não ter mexido em qualquer dos casos referidos, uma vez que os processos eram adjudicados a tribunais arbitrais em Singapura. Resta saber então o porquê da ordem de expulsão destes em 48h de solo timorense, sem ter qualquer acusação formal, provas de falhas ou direito a defesa. Enfim! Fica a exigência de esclarecer a Portugal e aos seus cidadãos essas irregularidades dos juízes portugueses com prolíferas internacionais e como poderia haver tal relação.

Além disso, não se pode fazer com que os órgãos de justiça fiquem comprometidos uma vez que esta situação pode colocar em causa os princípios democráticos de uma tão jovem república independente.

Este incidente diplomático pode arrastar a outros maiores. Esperemos que as boas relações se mantenham entre Portugal e Timor e que este erro passe a ser uma peripécia do passado.

Desculpem o desvio ao tema habitual "Juventude e seus problemas", mas considero demasiado importante este assunto, não só pelas raízes que tenho, mas também pelo facto de que Portugal ficou enxovalhado no meio disto tudo.

Em fim o tempo dirá!

*traduções do tétum:
dader diak= bom dia
an kara koíalia tétum= eu sei falar tétum


Ricardo Trindade Carvalhosa  (membro da Coordenação Nacional do +D)


Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

[Opinião +D] Patriotismo

Esta semana na comunicação social têm aparecido muitas notícias nada agradáveis para Portugal.
Ora são os russos que andam por aqui com aviões e navios a invadir a nossa costa sem respeitar limites territoriais, ora é Timor que expulsa magistrados portugueses originando uma grande confusão política, ora é a Ângela Merkel que vem a público criticar Portugal dizendo que temos licenciados a mais.
Depois de todas estas situações desagradáveis, o que é que o Povo Português fez? Uniram-se num coro de críticas muito indignados com a forma como Portugal e os portugueses estão a ser tratados.
Até dá gosto ver como os portugueses conseguem unir-se quando alguém de fora os desrespeita.
Fazem grandes textos nas redes sociais, mostram que sabem a história de Portugal e que têm orgulho nela e que sabem usar isso para se defenderem destes ataques, fazem manifestações, etc.
Agora eu pergunto, porque é que o povo não se une desta forma quando o Governo toma medidas tão agressivas contra os portugueses? Ou quando os bancos nos roubam escandalosamente todos os dias? Ou quando o nível de corrupção prolifera escandalosamente pelo nosso país?
Nestas ocasiões é que deveríamos estar todos unidos contra isso e lutar por um país melhor. Talvez assim conseguíssemos ser vistos de outra maneira e sermos mais respeitados lá fora.
Eu ainda acredito que um dia o povo português vai estar unido e lutar contra os ”inimigos” internos da mesma forma que se insurge com os externos.

Carlos Assunção (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina. 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

[Opinião +D] Eu cá tenho medo é dos Anjos!

Os russos pelo ar e pelo mar, os Espanhóis a invadir-nos de vinho de má qualidade e os Timorenses a remeter para a procedência cooperantes na área de Justiça, estão a pôr a ferro e fogo um país que se aproxima do Inverno e das legislativas inexoravelmente e de modo que só alguns dão que a coisa está a dar-se. Os possíveis referendos na Catalunha e o Podemos em Espanha estão a agitar as águas de Novembro e a fazer saltar candidatos e candidatas debaixo das pedras e com uma vontade descomunal de mudar o que ainda não foi mudado. Vai um Outono que prenuncia não o fim da festa, mas o início estridente de festanças e folguedos que tornarão o Natal de Popotas e Leopoldinas um enfadonho intervalo. E temos ainda a PT, o BES e o Orçamento Geral do Estado,tanto motivo e tanta lidação que de certo vamos ter entretém até à próxima mudança da hora. Se o orçamento se aguentar espera-nos então o abençoado Verão que será quente mesmo que se repitam as infidelidades meteorológicas que tivemos que engolir este 2014. Haja apetite que não vai faltar naco onde afinfar dentadas gostosas e que ajudem a exorcizar demónios e anjos que por estes dias de rescaldo do Halloween, essa festividade tipicamente Portuguesa, ainda não despiram as máscaras ou será que desta vez nem se vão dar ao trabalho de o fazer?




Carlos Seixas  (membro da Coordenação Nacional do +D)





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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

[Opinião +D] "Marinho e Pinho não é uma ameaça"‏

"Nas últimas Eleições europeias Marinho e Pinto foi o catalisador da insatisfação de muitos portugueses com os partidos políticos e cativou assim (de forma transitória e talvez não sustentada) muitos votos roubando ao PS uma vitória mais dilatada, desviando ainda mais votos ao PSD e até 2 deputados ao Bloco de Esquerda. Recentemente, António Costa haveria até de “validar” uma eventual sua candidatura às próximas Legislativas mostrando-se disponível para uma política de alianças que o viesse eventualmente a incluir. Seguro, a este respeito e talvez de forma mais prudente, nada disse…

Sejamos claros: Marinho e Pinto é hoje um fenómeno de popularidade política que não pode ser descartado nem desconsiderado. Representa uma vontade de mudança do sistema e dos partidos do sistema (PS, PSD, PP) a que os partidos do “eterno protesto” não souberam responder. Em vez de o encaixarmos numa categoria estanque de “populismo”, devemos, refletir qual foi a motivação do sucesso e encontrar essa resposta na forma anacrónica e obsoleta como os partidos (e, em particular, o PS) ainda conduzem a sua governança interna: fechada, pouco aberta à sociedade civil e aos movimentos sociais (apesar de alguns bons passos nesse sentido com o LIPP) e onde os militantes ainda valem demasiado pouco se comparados com os poder das direcções das seções locais e das direcções nacionais.

Marinho Pinto não é uma ameaça à democracia, é uma lição. Aprendamos o que representa a sua atual popularidade, a muito provável conquista de um grupo parlamentar com 2 a 4 elementos e preparemos uma reação adequada e em consonância com a realidade, respeitando sempre a vontade e escolha dos seus eleitores, não fechando pontes nem rejeitando nada. Se Marinho e Pinto conseguir mesmo eleger esse grupo parlamentar não o faz por ser um líder “populista” (termo muito abusado), mas porque foi eleito em eleições livres e justas e logo, os seus resultados deverão merecer a devida análise e reacção, adequada e racional e não fruto do despeito ou de uma suspeição absoluta."


Rui Martins (membro da Coordenação Nacional do +D)
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terça-feira, 4 de novembro de 2014

[Opinião +D] Voa, voa Passinhos voa……

Estava hoje de manhã a chegar ao escritório, a estacionar o carro e a preparar-me para desligar o rádio, quando, já à pressa, oiço a voz do nosso primeiro-ministro, o que ainda me fez aguardar um pouquinho para ouvir, vá-se lá saber porquê…

Dizia o senhor que (por outras palavras que não estas, mas a ideia que retive está correta…) uma vez que não se consegue reduzir a despesa, temos mesmo de implementar formas de aumentar a receita para equilibrar as contas do Estado.Pois é, o problema é mesmo do estado, do estado a que chegámos, como dizia noutro contexto Salgueiro Maia…

Claro que não é a primeira vez que nos dão a entender coisas destas, que as dizem mesmo, mas com tanto descaramento é obra!Está bem, nós já sabemos que o ainda “nosso” Passos Coelho não quer voltar a ser por “nós” escolhido” para nos continuar a (des)governar nos próximos 4 anos, que quer mas é voar para outros projetos (para não dizer “tachos”…) além fronteiras. Mas escusava de deixar isso tão evidente…

Francisco Mendes (Membro da Coordenação Nacional +D)



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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

[Opinião +D] Saudação aos novos Presidentes Lusófonos

Saudamos aqui os novos Presidentes do Brasil e de Moçambique, eleitos neste mês de Outubro de 2014: Dilma Rousseff e Filipe Nyusi, respectivamente.



Sem nos imiscuirmos nas questões internas de cada um desses países irmãos – os povos brasileiro e moçambicano são inteiramente livres e soberanos para fazerem as suas escolhas –, formulamos apenas o desejo de que, nestes novos mandatos, se dêem passos mais fortes: quer para uma maior unidade interna, quer para uma maior união entre os povos lusófonos.



Em ambos os casos, com efeito, foram preocupantes os sinais de fractura interna. Se, no caso de Moçambique, essa fractura decorre ainda de uma guerra civil que se prolongou por cerca de quinze anos, entre 1977 e 1992, no caso do Brasil a bipolarização eleitoral destas últimas eleições presidenciais quase que pareceu levar à divisão do Brasil em dois países.



Estamos certos, porém, que isso jamais se verificará – sendo, de resto, algo que decorre da nossa comum cultura lusófona. Ao contrário do que aconteceu com a restante América Latina, onde uma comunidade que falava a mesma língua e, no essencial, partilhava a mesma cultura, se fracturou em mais de uma dezena de países, o Brasil soube sempre manter o compromisso da sua unidade interna, prova de que, de facto, a cultura lusófona é historicamente propensa ao compromisso.



Também em Moçambique, não obstante a sangrenta guerra civil, essa unidade interna do país jamais, estamos certos disso, será posta em causa, ao contrário do que aconteceu noutros países africanos – recordamos que o mais recente país internacionalmente reconhecido, o Sudão do Sul, resultou de uma cisão daquele que era até então o maior país africano em área geográfica.

Para além disso, importa, a nosso ver, como dissemos, que ambos os países dêem passos mais fortes para uma maior união entre os povos lusófonos. Se, no caso de Moçambique, essa aposta parece ser inequívoca – curiosamente, quer a Secretaria-Geral da CPLP: Comunidade dos Países  de Língua Portuguesa, quer a Direcção-Executiva do IILP: Instituto Internacional de Língua Portuguesa, dois cargos fulcrais na frente lusófona, são hoje ocupados por moçambicanos (Isaac Murargy e Marisa Mendonça, respectivamente) –, do Brasil esses sinais parecem ser por  vezes mais ambíguos.



Decerto, o Brasil tem toda a legitimidade para reforçar os laços com os seus vizinhos da América Latina – mas isso não nos parece de todo incompatível com o reforço dos laços com os restantes países e regiões do espaço da lusofonia, conforme defendemos. E o mesmo diremos de Moçambique e dos restantes países africanos de língua oficial portuguesa, em relação aos demais países africanos. E o mesmo diremos de Timor-Leste, em relação aos demais países asiáticos. E o mesmo diremos de Portugal, em relação aos demais países europeus. Chegou a hora de compreender isso. E de agir, de forma coerente e consequente.




Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.

sábado, 1 de novembro de 2014

[Opinião +D] Esquadra fecha à noite. Venha Sr. Ladrão!

Às vezes pergunto-me como é possível tamanha falta de coordenação, de falta de responsabilidade,  de no fundo de tudo uma vez que isto é impensável. Mas segundo o jornal “Público” isto é uma realidade na freguesia de Nordeste, Ponta Delgada, Açores.
Segundo a notícia, a falta de agentes faz com que, no caso de uma ocorrência externa, a esquadra tenha de ser encerrada por um período indeterminado de tempo pois durante a noite a esquadra da PSP só tem um elemento. É colocado um aviso já para o efeito na porta a dizer: “Se for urgente contacte o 112. Pedimos desculpa pelo transtorno causado”.
Mas e se o transtorno for um caso de vida ou morte, como é que fica?
Pois é Sr. Comandante da PSP - Comando Regional dos Açores temos aqui um caso bicudo, não? No mínimo deve dizer para onde param os dinheiros de impostos para a segurança desta população, não é verdade?
E o que é que digo ao assassino (no caso de ser um que esteja atrás de mim)? Espere ai um pouquinho sr. assassino , que o Sr. Polícia foi tratar de outro colega seu, é isto que quer que faça?!?!


Ricardo Trindade Carvalhosa  (membro da Coordenação Nacional do +D)


Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.