sábado, 20 de setembro de 2014

[Opinião +D] Comunicação e Democracia Participativa

Para termos Democracia Participativa a comunicação e divulgação é extremamente necessária não só para que o indivíduo esteja informado das medidas que se quer tomar nos órgãos de poder, mas também para a responsabilização directa dos políticos por parte dos cidadãos.
Hoje de manhã (e por falta do moderador previsto) foi-me pedido que desempenhasse tal função no primeiro painel do 1º Congresso da Democracia Participativa, que tinha o tema: “Democracia Participativa na Europa e no Mundo”.
Ambos os oradores explicaram os seus modos distintos de operar, mas ambos reconheceram a importância de comunicar uns com os outros (a meu ver é um grande factor) e sem esquecer que os oradores pertencem a duas organizações diferentes. A Maria Dovigo, que pertence ao Partido da Terra da Galiza, explicou que o método participativo dos galegos passa muito por utilizar as suas paróquias e que assim chegam aos cidadãos, auscultando-os e percebendo as suas dificuldades.
Note-se que as paróquias em Espanha (segundo o que nos foi explicado pela Maria Dovigo) funcionam quase como as nossas juntas de freguesias. Desta forma se dá lugar a que todos sejam ouvidos e que todos possam fazer parte de uma comunidade que os rodeia de uma forma activa.
Govfaces é uma rede social que se propõe ser uma ferramenta desburocratizada e democrática para chegar à fala com políticos, independentemente do órgão de poder, ou mesmo destes transmitirem mensagens podendo desta forma chegar a um diálogo e uma forma interactiva e bastante directa sem restrição de tema. Desta forma, mais individualizada, podemos participar na resolução dos problemas de uma sociedade, dum distrito, duma cidade ou da rua de cada um.
Pessoalmente entendo que ambas as formas são válidasaliás (e não sei se é tique profissional futuro) gosto de consultar o pároco local para saber as dificuldades do local onde tenho que projectar para poder superar as dificuldades daquele local e a meu ver é uma rede válida a ser auscultada como muitas outras (religiosas ou não). Já aqui escrevi que é cada vez mais urgente fazer redes onde também participassem políticos das mais variadas camadas e utilizá-las para o bem de todos, pois é a forma mais rápida de resolver os problemas, mas isso é tema para outra ocasião.
Gostaria também de referir a participação do nosso Presidente da Coordenação Nacional, Francisco Mendes, no painel com o tema “Candidaturas Independentes Autárquicas”, bem como a dos outros três participantes deste painel que explicaram as suas dificuldades com os seus eleitores e que chegaram a sentir medo (de acordo com um desses oradores) dos mesmos devido a hipotéticas represálias, queixaram-se do facto de o IVA não lhes ser devolvido como nos partidos políticos, etc. Quando perguntados sobre as assinaturas necessárias à sua campanha a resposta foi unânime: são necessárias, mas também o seu número é excessivo para a nossa sociedade uma vez que foram retiradas das escolas os conteúdos cívicos(como aliás também já escrevi em textos anteriores).
Houve mais intervenções e mais instituições representadas, mas chamo a atenção para o Dr. Paulo Morais que apontou os bloqueios à democracia e às “pescadinhas de rabo na boca” que o nosso sistema tem. Isto tem que acabar!!! (Fica a promessa de que num próximo artigo comentarei isso.)

Ricardo Trindade Carvalhosa  (membro da Coordenação Nacional do +D)

Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.


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