A Irlanda livrou-se enfim da
Troika, dispensando inclusive qualquer “Programa Cautelar”. Para além das
rezões menores – o Ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, chegou a dizer que “as eventuais
condições nem chegaram a ser conhecidas e o país poderia ficar refém dos
problemas políticos de outras nações” –, há uma razão maior que não tem sido, a
nosso ver, devidamente salientada.
Em síntese: as ligações económicas da
Irlanda excedem em muito o estrito e estreito espaço europeu. Por razões
histórico-culturais, a Irlanda tem relações privilegiadas com os restantes países
do espaço anglófono, desde logo com os Estados Unidos da América. E é sobretudo
por isso que a Irlanda se conseguiu libertar da tutela da Troika. O que deveria
servir para nós de lição, assim soubéssemos investir na relação com o espaço
lusófono.
Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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