Na minha opinião, o artigo do Público que inicialmente até me tinha agradado perdeu, por isto, todo o seu valor. Dir-me-ão que os independentes em causa não são muito conhecidos e que talvez por isso não seja jornalisticamente tão relevante a apresentação dos mesmos. Ora bem, o jornalismo implica trabalho de investigação, novidade e isenção.
No caso da investigação, bastaria um simples contacto com as sedes de candidatura ou, tão somente, uma simples pesquisa na internet ou no facebook. Outra questão que se levanta é a da novidade. A este nível não seria verdadeiramente mais rico um trabalho jornalístico contendo elementos informativos acerca de todos os candidatos? É que assim, sim, traria novidade e não seria apenas uma apresentação de “mais do mesmo”. Por fim, a que para mim é também a questão mais importante, a questão da isenção jornalística. Esta seria muito mais real e efectiva se todos os candidatos fossem apresentados da mesma maneira.
Além disso, os candidatos dos partidos, na sua maioria, já são conhecidos. Alguns até dispensam apresentações, pois já são sobejamente conhecidos dos portugueses. Por isso, acho que este trabalho ficaria muito mais completo se apresentasse realmente todos os candidatos e não fosse apenas mais um cartão de visita e propaganda fácil da partidocracia vigente.
É pena pois penso que é o próprio jornalismo que perde com isto. Os leitores que, neste caso, serão também os votantes, estão fartos do que já conhecem. Estão cansados de ver as mesmas caras e ouvir as mesmas promessas é urgente que surjam alternativas e os meios de comunicação social, terão de rever a sua forma de fazer jornalismo e saber acompanhar as exigências da sociedade portuguesa.
Margarida Ladeira (Membro da Coordenação Nacional +D)
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