Há políticos com “sorte”,
chamemos-lhe assim. Independentemente do que façam, têm sempre uma imprensa
benevolente. Pronta a elogiar ou, quando o elogio soa demasiado falso, a
ignorar as “gaffes”. Durante anos, passou-se isso com o Bloco de Esquerda, de
tal forma que se pode mesmo dizer que o BE foi, sobretudo, uma construção mediática.
Até ao ponto da sua vacuidade ideológica se ter tornado demasiado indisfarçável.
Mesmo para a sua aguerrida claque jornalística.
Com certas figuras políticas,
passa-se o mesmo. António Costa, Presidente da Câmara de Lisboa, é o caso mais
evidente. Há uns meses, conseguiu criar o caos no centro da cidade com uma remodelação
do trânsito no Marquês de Pombal pessimamente programada. Há uns dias, com o
país a arder, requisitou umas centenas de bombeiros para um “simulacro de
incêndio”, como se os bombeiros que temos fossem suficiente para combater os
incêndios reais. Num e noutro caso, sem crítica audível. De facto, há gente com
“sorte”, chamemos-lhe assim.
Renato Epifânio (membro da Coordenação Nacional do +D)
Os textos de opinião aqui publicados, se bem que da autoria de membros dos órgãos do +D, traduzem somente as posições pessoais de quem os assina.
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